O QUE É HISTÓRIA?
O conceito de História pode
ser diferente para cada um de nós, assim como é diferente cada história
individual. O que faz de nós uma singularidade é o acúmulo de experiências,
influências e leituras de mundo de cada um. Portanto, responder o que é
História difere de pessoa para pessoa, pois cada um representa uma história
diferente, e é a soma das histórias individuais que permitirá a formação de uma
história social e coletiva.
São nossos anseios e desejos
que nos impelem, que nos lançam para a frente, objetivando uma vida em
sociedade cada vez melhor e mais justa. E é essa construção coletiva e social
que irá construir hoje a história que será lida no futuro. Dessa forma fica
fácil nos entendermos como sujeitos históricos, construtores e participantes da
história de nossa cidade e de nosso país.
Talvez mais difícil do que
compreender o que seja História é entender para o quê ela serve. Marc Bloch
escreveu Apologia da História
justamente para tentar responder a essa dúvida, originada pelo seu filho, no
início do século passado. No mundo atual, essa pergunta se torna mais
pertinente. O mundo digital no qual vivemos parece querer tornar nossa memória
dispensável. Qual o objetivo em estudarmos História se temos todos os fatos,
dados, nomes, datas e eventos a um clique do botão? O que veio para facilitar
também acabou se tornando uma ameaça. Se temos tudo o que precisamos saber
sobre os caminhos tomados pela humanidade, por que estudar História?
A historiadora norte-americana
Barbara Tuchman já trouxe esse dilema, pois se a história fosse um banco de
dados ela poderia ser prevista por algum programa de computador no qual
inseriríamos os dados do passado para antevermos os eventos futuros. Sendo
assim, não haveria a necessidade de termos historiadores. Bastaria termos
técnicos de informática.
É óbvio que a história não é
um banco de dados, um baú onde guardamos os fatos relevantes da humanidade e de
onde retiramos o que queremos na hora que nos for conveniente. Da mesma forma,
a história não é um conjunto de eventos soltos, sem conexão. A história é
composta por ações humanas que resultaram em reações posteriores. Em outras
palavras, a tomada da Bastilha não foi algo que aconteceu na manhã de 14 de
julho de 1789, mas o estopim de vários eventos que já tinham ocorrido bem
antes, e que culminaram nesse evento. E esse é apenas um dos vários exemplos
que podemos citar. As mudanças e rupturas históricas são de médio ou longo
prazo, nuca são eventos isolados e abruptos.
Mas o que talvez seja mais
importante frisarmos, dentro de um contexto no qual possamos apontar a
importância do estudo da história e de seu papel em nossas vidas, é a
necessidade que temos de mantermos vivos os ensinamentos pelos quais a
humanidade passou, para que não sejamos vítimas de nossos próprios erros.
Saber considerar as nossas
conquistas sociais como marcos que não podem ser perdidos faz com que
consideremos a importância do conhecimento histórico, valorizando o que nossos
antepassados fizeram, para que pudéssemos aqui chegar, e nos incentivando a
caminharmos em direção a um mundo mais justo e menos desigual, que será
habitado por nossos descendentes, que olharão o passado e lembrarão das lutas
que travamos hoje.
Referências:
BOSCHI, Caio César. Por
que estudar História? São Paulo: Ática, 2007
www.udemy.com/course/historia-da-idade-moderna/?referralCode=D634A052D4A4DB3033CB