sábado, 4 de março de 2023

O que é História?


O QUE É HISTÓRIA?




O conceito de História pode ser diferente para cada um de nós, assim como é diferente cada história individual. O que faz de nós uma singularidade é o acúmulo de experiências, influências e leituras de mundo de cada um. Portanto, responder o que é História difere de pessoa para pessoa, pois cada um representa uma história diferente, e é a soma das histórias individuais que permitirá a formação de uma história social e coletiva.

São nossos anseios e desejos que nos impelem, que nos lançam para a frente, objetivando uma vida em sociedade cada vez melhor e mais justa. E é essa construção coletiva e social que irá construir hoje a história que será lida no futuro. Dessa forma fica fácil nos entendermos como sujeitos históricos, construtores e participantes da história de nossa cidade e de nosso país.

Talvez mais difícil do que compreender o que seja História é entender para o quê ela serve. Marc Bloch escreveu Apologia da História justamente para tentar responder a essa dúvida, originada pelo seu filho, no início do século passado. No mundo atual, essa pergunta se torna mais pertinente. O mundo digital no qual vivemos parece querer tornar nossa memória dispensável. Qual o objetivo em estudarmos História se temos todos os fatos, dados, nomes, datas e eventos a um clique do botão? O que veio para facilitar também acabou se tornando uma ameaça. Se temos tudo o que precisamos saber sobre os caminhos tomados pela humanidade, por que estudar História?

A historiadora norte-americana Barbara Tuchman já trouxe esse dilema, pois se a história fosse um banco de dados ela poderia ser prevista por algum programa de computador no qual inseriríamos os dados do passado para antevermos os eventos futuros. Sendo assim, não haveria a necessidade de termos historiadores. Bastaria termos técnicos de informática.

É óbvio que a história não é um banco de dados, um baú onde guardamos os fatos relevantes da humanidade e de onde retiramos o que queremos na hora que nos for conveniente. Da mesma forma, a história não é um conjunto de eventos soltos, sem conexão. A história é composta por ações humanas que resultaram em reações posteriores. Em outras palavras, a tomada da Bastilha não foi algo que aconteceu na manhã de 14 de julho de 1789, mas o estopim de vários eventos que já tinham ocorrido bem antes, e que culminaram nesse evento. E esse é apenas um dos vários exemplos que podemos citar. As mudanças e rupturas históricas são de médio ou longo prazo, nuca são eventos isolados e abruptos.

Mas o que talvez seja mais importante frisarmos, dentro de um contexto no qual possamos apontar a importância do estudo da história e de seu papel em nossas vidas, é a necessidade que temos de mantermos vivos os ensinamentos pelos quais a humanidade passou, para que não sejamos vítimas de nossos próprios erros.

Saber considerar as nossas conquistas sociais como marcos que não podem ser perdidos faz com que consideremos a importância do conhecimento histórico, valorizando o que nossos antepassados fizeram, para que pudéssemos aqui chegar, e nos incentivando a caminharmos em direção a um mundo mais justo e menos desigual, que será habitado por nossos descendentes, que olharão o passado e lembrarão das lutas que travamos hoje.

Referências:

BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007

TUCHMAN, Barbara. A prática da História. São Paulo: José Olympio, 1995.


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