AS REVISTAS ILUSTRADAS.
O
nosso jornalismo nasceu oficialmente no inicio do século XIX, com a chegada da
Família Real, que havia cruzado o oceano para escapar das garras de Napoleão
Bonaparte. Ao chegar à sua colônia além-mar, Dom João VI autoriza a criação da A Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808.
O gênero
aos poucos se individualizou em face de outras formas de impressos periódicos.
A Revista da Semana (Rio de Janeiro,
1900) é apontada como marco do surto - que se prolongaria por décadas - das
chamadas revistas ilustradas ou de variedades.
Com
apresentação cuidadosa, de leitura fácil e agradável, diagramação que reservava
amplo espaço para as imagens e conteúdo diversificado, que poderia incluir acontecimentos
sociais, crónicas, poesias, fatos curiosos do país e do mundo, instantâneos da
vida urbana, humor, conselhos médicos, moda e regras de etiqueta, notas
policiais, jogos, charadas e literatura para crianças, tais publicações
forneciam um lauto cardápio que procurava agradar a diferentes leitores,
justificando o termo variedades.
Tal
uso cumpria função estratégica: diante do relativamente minguado público
leitor/consumidor, o sucesso do negócio revista dependia de se conseguir
ampliar ao máximo os possíveis interessados, permitindo incluir de tudo um
pouco.
Em 1902,
aparecia O Malho, outra importante revista
de conteúdo humorístico. Ela duraria até 1954, tendo passado por várias
transformações. Sua especialidade era a crítica política, realizada,
principalmente, através das suas famosas caricaturas. O Malho foi uma das mais importantes revistas de crítica na
República Velha, tendo, a partir de 1904, a ter um caráter mais político, com a
colaboração de Olavo Bilac.
Já a
revista Fon-Fon! cujo título foi
inspirado em uma buzina de automóvel, foi uma revista que se baseava no glamour carioca. Tudo era com muita
ilustração, fotografia, e também, muita literatura.
Assis
Chateaubriand, dono do grande conglomerado Diários Associados, lançou O Cruzeiro, a revista que fechou um
ciclo na história das revistas brasileiras. Com uma programação visual
arrojada, privilegiando a fotografia e reportagens mais objetivas, O Cruzeiro logo dominou o mercado
editorial tornando-se referência gráfica, literária e jornalística no Brasil.
O Cruzeiro, mais
que informar, passou a interferir nos hábitos e costumes de uma sociedade, ou
seja, passou a transformá-la. E, com isso adquiriu um grande prestígio, fazendo
que outras revistas passassem a ingressar numa nova era, a da reportagem.
Já no
ano de 1952 surgiu à revista Manchete
, empregando uma concepção moderna, tendo como fonte de inspiração nitidamente
a ilustrada Paris Match e utilizava, como principal forma de linguagem, a
fotografia. Manchete foi semanário que mais utilizou a fotografia como
principal forma de linguagem.
A Manchete atingiu logo de início um rápido
sucesso, e, em poucas semanas chegou a ser a segunda revista semanal de
circulação nacional mais vendida do país, ficando atrás apenas da renomada e,
até então, hegemônica O Cruzeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LUCA, Tânia Regina de.
História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSKY, Carla (org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto,
2008. p. 111-142.
MOURA, Ranielle Leal. História das Revistas Brasileiras: informação
e entretenimento. VIII Encontro Nacional de História da Mídia. Guarapuava, PR.
28 – 30 abr. 2011.
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