sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017


MEMÓRIAS MUSICAIS



MOTTA, Nelson. Noites  tropicais. Solos, improvisos e memórias musicais. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.


Segundo o historiador Eric Hobsbawm, o breve século XX finda em 1989, ruindo junto com o muro de Berlim e o comunismo soviético.

Coincidentemente ou não é quando acaba o movimento do rock brasileiro. Nelson Motta, produtor musical, compositor, jornalista e escritor em seu livro Noites tropicais, mostra-nos o caminho traçado pela música brasileira no breve século XX, como se fosse um Hobsbawm das cordas, tambores e metais.

A partir do final da década de 1950, com o advento da modernização, surge nas praias cariocas a bossa nova, fusão do jazz americano e do samba do Rio de Janeiro; e com seu jeito inovador de tocar e cantar, João Gilberto cativa e seduz os amantes da boa música.

É nesse momento que surge, entre outros, Nara Leão, inicialmente empossada como musa da bossa nova, e anos depois a voz ativa do espetáculo Opinião, show da esquerda intelectual, contrário aos militares, já nos anos 1960.

De uma forma divertida e ritmíca, Motta discorre entre a jovem guarda, tropicália e rock. Chega a confessar passagens de foro pessoal, como o caso amoroso que teve com Elis Regina, segundo o autor, a maior cantora que ele conheceu, e acontecimentos pitorescos envolvendo Roberto Carlos e Tim Maia.

Testemunha ocular da história da música nos últimos sessenta anos, Motta descreve toda a sua trajetória realizada dentro do universo musical.

Obra indispensável para os amantes da música e da história cultural.

Play it again, Sam.


Conheça Nunca fomos tão brasileiros, da banda brasiliense Plebe Rude em www.hailrock.blogspot.com.br/2017/02/lugarnenhum.html?m=1
  

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