OS 300 DE ESPARTA E SUA APROPRIAÇÃO PELA CULTURA POP
Por
volta do século VI e V a.C., os persas começaram a ameaçar a Grécia
continental, justamente quando a civilização persa vivia um processo de
ampliação territorial graças à ação militar de vários de seus reis.
Inicialmente, a relação entre gregos e persas foi marcada por uma relativa
estabilidade. Contudo, a adoção de uma política de exploração deu início a uma
série de conflitos. O confronto entre persas e gregos ocorreu no que se chamou Guerras Médicas, assim chamado por que
os persas eram conhecidos como medos.
Entre 500 e 494 a.C., algumas cidades
jônias, com o apoio militar dos gregos, resolveram se rebelar contra as
imposições persas. Logo em seguida, Dario I, em represália, decidiu organizar
tropas que invadiram a Grécia Continental. A primeira tentativa dos persas, ocorreu
em 492 a.C.,
e foi frustrada por um forte temporal que atingiu parte dos navios persas. No
entanto, em 490 a.C., os persas organizaram uma nova tentativa de invasão,
mas acabaram sendo derrotados na chamada Batalha
de Maratona.
Em 480, Xerxes, filho de Dario, mobilizou um enorme exército contra os gregos. Nessa nova invasão, o primeiro confronto entre persas e gregos ocorreu no desfiladeiro de Termópilas, onde um grupo de apenas 300 soldados espartanos, liderados pelo rei Leônidas, resistiu contra o poderoso exército persa. A Batalha de Termópilas durou três dias e ocorreu em agosto ou setembro de 480 a.C. O exército persa, que, segundo estimativas modernas seria composto por 300 000 homens, chegou à referida passagem no final de agosto ou início de setembro. Em um número bem inferior, os gregos detiveram o avanço persa durante sete dias no total (incluindo três de batalha). Durante dois dias repletos de embates, uma pequena força liderada por Leônidas bloqueou a única passagem que o imenso exército persa poderia usar para entrar na Grécia.
Escritores
antigos e modernos têm utilizado a Batalha das Termópilas como um exemplo do
poder que um exército patriótico pode exercer defendendo seu próprio solo com
um pequeno grupo de combatentes. O comportamento dos defensores na batalha
também é usado como um exemplo nas vantagens do treinamento, do equipamento e
bom uso da terra como multiplicadores de força de um exército, tornando-se um
símbolo de coragem contra as adversidades.
Essa
batalha também acabou se tornando também objeto de apropriação da cultura pop,
sendo vendida como filme e história em quadrinhos. No final da década de 1990, Frank
Miller e Lynn Varley lançaram a graphic novel 300. Frank Miller foi um
quadrinista muito influente na década de 1980, desenhando heróis da Marvel, e
300 obteve um enorme sucesso. Tanto que em 2007, o cineasta Zack Snider,
diretor conhecido por seus filmes de super-heróis, como Watchmen (2009), Homem
de Aço (2013), Batman vs Superman (2016) e Liga da Justiça (2021), resolveu
adaptar os quadrinhos para a tela. E tanto a HQ quanto o filme são releituras
fictícias da Batalha de Termópilas
durante as Guerras Médicas. O próprio Frank Miller serviu como produtor
executivo e consultor do filme.
O
enredo do filme gira em torno do Rei Leônidas (Gerard Butler), que lidera 300 espartanos
na batalha contra o "deus-rei" Xerxes I (Rodrigo Santoro) da Pérsia e
o seu exército invasor com mais de 30 mil soldados. Os eventos são revelados
como uma história contada por Dilos, o único dos 300 espartanos a sobreviver à
batalha.
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