ESTUDO AFIRMA QUE CHEGADA HUMANA NA AMÉRICA PELO ESTREITO DE BERING É “BIOLOGICAMENTE INVIÁVEL”.
Utilizando DNA antigo, pesquisadores desenvolveram um estudo que demonstra que a chegada dos ancestrais humanos à América pelo Estreito de Bering não poderia ter sido usada, como tradicionalmente pensado. Tal estudo foi publicado nesta última quarta-feira (10/08/16) na revista Nature.
Segundo cientistas, há cerca de 14,5 mil anos atrás, abriu-se um corredor de aproximadamente 1.500 km de extensão, na região entre a atual Columbia Britânica e a camada de gelo Laurentide , no Canadá, quando lentamente, as geleiras foram recuando e dando lugar a uma ponte de terra entre a Eurásia e o Alasca, e cerca de 1.000 anos depois, segundo a teoria, os primeiros seres humanos puderam chegar à América, cruzando este “corredor livre de gelo”.
Entretanto, de acordo com Mikkel Pedersen,
pesquisador do Centro de GeoGenetics da Universidade de Copenhague e autor
principal do estudo, o primeiro momento em que o corredor se abriu para a
passagem do ser humano foi há 12,6 mil anos atrás. E apesar da passagem estar livre não havia plantas ou animais. Ou seja, não havia meios de subsistência para o
homem durante a longa e árdua caminhada em meio ao corredor livre de gelo. Lembre-se:
cerca de 1.500 km sem comida ou madeira para manufaturar ferramentas ou mesmo
acender uma fogueira.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores
utilizaram métodos inovadores em seu estudo. Ao invés de procurarem vestígios
de DNA em plantas ou animais, a equipe usou um método chamado “shotgun
sequencing”, que consiste em extrair DNA
antigo de plantas e mamíferos através de sedimentos, que contém fósseis
moleculares preservados de substâncias como tecido, urina e fezes.
Os pesquisadores
retiraram material de um local situado na passagem estreita no corredor
interno, hoje coberta pelo Charlie Lake, na Columbia Britânica, Canadá. A equipe coletou evidências, incluindo datação
por radiocarbono, polen e DNA de sedimentos e recolheu amostras enquanto estava
na superfície do lago congelado no inverno e concluiu que até 12,6 mil anos
atrás, o ambiente era quase inteiramente desprovido de vida, tornando-se assim “biologicamente
inviável” para a jornada humana rumo às Américas.
Segundo
os cientistas, por volta de 12.600 anos atrás, a estepe começou a aparecer,
seguida rapidamente por animais como bisões, mamutes e coelhos. É
importante salientar que 11.500 anos atrás, os pesquisadores identificaram uma
transição para uma paisagem densamente povoada por árvores, como também por alces e águias, que poderiam
oferecer recursos para a migração humana.
Para ler mais:
Sugestões para marceloferraz.cd@gmail.com