HISTÓRIA, ESCRITA E MATEMÁTICA
Desde os tempos chamados pré-históricos, o homem tem a necessidade da matemática para contabilizar seus rebanhos e sua produção agrícola. O surgimento do excedente e sua comercialização entre as sociedades só fez potencializar a necessidade de uma contabilidade arcaica.
Partindo
dessa realidade, os povos da mesopotâmia desenvolveram o sistema de tokens, objetos de argila, como fichas, que apresentavam diversos formatos,
como cones, esferas, discos e cilindros. Essas fichas, ou tokens, serviam às necessidades da economia, pois permitiam manter
o controle sobre a produção agrícola, e foram expandidos, na fase urbana, para
controlar também os bens manufaturados.
Armazenados em invólucros de argila,
como uma bola oca, dentro dos quais eles eram guardados e fechados, chamados bulae, os invólucros escondiam os tokens
e em sua superfície eram impressas as formas contidas em seu interior. O número
de unidades de um produto era expresso pelo número correspondente de marcas na
superfície. Uma bola contendo cinco discos, por exemplo, possuía cinco marcas
de discos na superfície, podendo ser produzidas, inclusive, por meio da pressão
dos próprios tokens contra a argila úmida.
A substituição de tokens por
sinais foi o primeiro passo para a escrita, e serviu para o desenvolvimento do
comércio e da contabilidade daquelas sociedades. Mais tarde, estes povos trariam mais
uma grande contribuição para o desenvolvimento da escrita e matemática: o
sistema sexagesimal.
Diferente dos árabes e indianos, que
idealizaram o sistema decimal, os sumérios criaram o sistema sexagesimal, que
faz parte do nosso cotidiano. Basta dar uma olhada em seu relógio. Uma hora
contém 60 minutos e um minuto contém 60 segundos.
No
sistema sexagesimal, utilizava-se as três falanges que temos em cada um dos
dedos para efetuar a contagem, excetuando-se o polegar, que servia como auxiliar de contagem. Em uma mão
contaríamos de 1 a 12 (utilizando-se das falanges), e na outra mão, seu
múltiplo, ou seja, 12, 24, 48 e 60 (utilizando-se os dedos).
Com
isso, podemos afirmar que da necessidade de uma contabilidade arcaica para a
criação da escrita foi questão de tempo, pois percebeu-se que ao invés de se
utilizar dos tokens dentro do bulae, seria mais prático fazer
anotações em tabletes de argila, surgindo daí a escrita, os escribas e todo o
complexo sistema que se faria, posteriormente, necessário.
Para
aprender mais:
ROQUE,
Tatiana. História da matemática Uma
visão crítica, desfazendo mitos e lendas. São Paulo: Zahar. 2010.
SANTOS, Anderson Flávio
dos. Sistemas de Numeração Posicionais e
não Posicionais. Dissertação para obtenção do título de Mestre em
Matemática. UNESP: São José do Rio Preto. 2014